sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Férias escolares exigem atenção Extra dos Síndicos

Garoto preso em tubulação de churrasqueira é resgatado pelos bombeiros. Guerra com extintores no topo de edifício deixa uma criança intoxicada. Adolescentes são flagrados nadando nus em piscina de condomínio. Menino de cinco anos escala tela de proteção de seis metros de altura. Grupo invade sala de jogos, quebra todos os objetos e picha as paredes, os pais pagam uma multa e os danos materiais.
Todos esses fatos ocorreram durante o descanso escolar nos condomínios de São Paulo. “Época de férias é sinônimo de dor de cabeça para os funcionários de condomínio”, afirma o presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), Rubens Carmo Elias Filho.
Ele diz que é comum haver problemas como depredação, incêndios, explosão de bombinhas e barulho fora do horário. “O que recomendamos em caráter preventivo é que os pais controlem seus filhos porque, caso ocorra algum dano, eles serão responsabilizados e multados.”
Segundo o presidente da Aabic, a grande dificuldade é que a maioria dos edifícios não dispõe de opções de lazer para os adolescentes. “O ideal seria oferecer atividades segmentadas conforme a idade”, recomenda.
Síndico profissional há 12 anos, Jefferson Gimenez tem uma lista inesgotável de travessuras. Na sua opinião, o grande problema das férias é a ociosidade dos estudantes. Gimenez conta que foi síndico de um condomínio que oferecia uma ótima infraestrutura para entreter a garotada durante as férias. As atividades eram organizadas por monitores e incluíam jogos de futebol, basquete, handball e sala de cinema com sessões de hora em hora. “Tudo isso não era suficiente. As crianças ficam envolvidas nas brincadeiras por quatro, cinco horas, mas o dia é longo e depois de algum tempo querem fazer coisas novas.”
Quando o assunto são os adolescentes, o maior problema relatado pelos síndicos são as drogas lícitas e ilícitas. Gimenez conta que os jovens organizam festas nas áreas comuns dos edifícios e colocam bebidas alcoólicas nas garrafas de refrigerante para driblar os adultos. “Na garrafa de coca-cola servem vinho e na de guaraná, cerveja.”
Segundo ele, os adolescentes também costumam invadir o topo dos prédios para fumar maconha. “Uma vez, numa dessas festas, ocorreu uma briga entre 15 garotos do condomínio e 30 visitantes. Todos estavam embriagados e foi difícil controlar a situação”, lembra.
Mesmo administrando um condomínio novo, que ainda não está completamente habitado e tem menos de 20 crianças, o síndico Alberto Fisher já enfrentou um problema sério. “Colocaram fogo na lixeira de material reciclável que fica no terceiro subsolo. Ninguém sabe como o incêndio começou, mas a fumaça tóxica causou um grande incômodo e assustou os moradores.”
O vice presidente da Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais do Estado de São Paulo (Assosíndicos), Renato Tichauer, reforça a necessidade de cuidados redobrados. “Nessa época a criançada fica com a adrenalina a mil e faz brincadeiras perigosas. E exageram no desrespeito aos funcionários”, afirma.
Tichauer conta que desde 2008 a associação oferece curso para a formação de síndicos, duas vezes por ano. A intenção é ajudá-los a atuar com segurança no cumprimento das leis e do regulamento interno dos condomínios. “As leis precisam ser conhecidas com profundidade para que eles façam uma administração atuante e eficiente.”
 

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