Todos esses fatos ocorreram durante o descanso escolar nos condomínios de São Paulo. “Época de férias é sinônimo de dor de cabeça para os funcionários de condomínio”, afirma o presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), Rubens Carmo Elias Filho.
Ele diz que é comum haver problemas como depredação, incêndios, explosão de bombinhas e barulho fora do horário. “O que recomendamos em caráter preventivo é que os pais controlem seus filhos porque, caso ocorra algum dano, eles serão responsabilizados e multados.”
Segundo o presidente da Aabic, a grande dificuldade é que a maioria dos edifícios não dispõe de opções de lazer para os adolescentes. “O ideal seria oferecer atividades segmentadas conforme a idade”, recomenda.
Síndico profissional há 12 anos, Jefferson Gimenez tem uma lista inesgotável de travessuras. Na sua opinião, o grande problema das férias é a ociosidade dos estudantes. Gimenez conta que foi síndico de um condomínio que oferecia uma ótima infraestrutura para entreter a garotada durante as férias. As atividades eram organizadas por monitores e incluíam jogos de futebol, basquete, handball e sala de cinema com sessões de hora em hora. “Tudo isso não era suficiente. As crianças ficam envolvidas nas brincadeiras por quatro, cinco horas, mas o dia é longo e depois de algum tempo querem fazer coisas novas.”
Quando o assunto são os adolescentes, o maior problema relatado pelos síndicos são as drogas lícitas e ilícitas. Gimenez conta que os jovens organizam festas nas áreas comuns dos edifícios e colocam bebidas alcoólicas nas garrafas de refrigerante para driblar os adultos. “Na garrafa de coca-cola servem vinho e na de guaraná, cerveja.”
Segundo ele, os adolescentes também costumam invadir o topo dos prédios para fumar maconha. “Uma vez, numa dessas festas, ocorreu uma briga entre 15 garotos do condomínio e 30 visitantes. Todos estavam embriagados e foi difícil controlar a situação”, lembra.
Mesmo administrando um condomínio novo, que ainda não está completamente habitado e tem menos de 20 crianças, o síndico Alberto Fisher já enfrentou um problema sério. “Colocaram fogo na lixeira de material reciclável que fica no terceiro subsolo. Ninguém sabe como o incêndio começou, mas a fumaça tóxica causou um grande incômodo e assustou os moradores.”
O vice presidente da Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais do Estado de São Paulo (Assosíndicos), Renato Tichauer, reforça a necessidade de cuidados redobrados. “Nessa época a criançada fica com a adrenalina a mil e faz brincadeiras perigosas. E exageram no desrespeito aos funcionários”, afirma.
Tichauer conta que desde 2008 a associação oferece curso para a formação de síndicos, duas vezes por ano. A intenção é ajudá-los a atuar com segurança no cumprimento das leis e do regulamento interno dos condomínios. “As leis precisam ser conhecidas com profundidade para que eles façam uma administração atuante e eficiente.”
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